Estudantes que integram as etnias
indígenas e quilombolas contam, agora, com mais oportunidades de se
aperfeiçoar. Nesta sexta-feira, 15, o ministro da Educação, Rossieli Soares,
autorizou a abertura de 2,5 mil novas vagas do Programa Bolsa Permanência (PBP)
para 2018 destinadas a esse público. As bolsas são concedidas aos alunos
matriculados em cursos de graduação presencial ofertados por instituições
federais de ensino superior. O anúncio foi feito durante o FNDE em Ação –
Encontro Boa Vista, realizado pela primeira vez no estado de Roraima.
“Essa é uma agenda muito importante para
a educação quilombola e a educação indígena”, explicou Rossieli. “Estamos
abrindo na segunda-feira, dia 18 de junho, vagas do Bolsas Permanência para
todos os alunos indígenas e quilombolas que entrarem no sistema de ensino
superior federal. Sabemos a sensibilidade que existe na educação indígena, e
poder anunciar [as novas vagas] aqui em Roraima é um grande prazer. Cada vez
mais o governo federal vai olhar para essas peculiaridades, principalmente nas
regiões Norte e Nordeste, para sempre buscar a melhora na qualidade da educação
no Brasil”.
Os candidatos deverão fazer as
inscrições pela página do Sistema de Gestão da Bolsa Permanência (SISBP) na
internet, no período de 18 de junho a 31 de agosto. Caberá às instituições
federais de ensino superior a análise da documentação comprobatória de
elegibilidade dos estudantes ao programa, e a aprovação dos respectivos
cadastros no sistema de gestão se dará entre 18 de junho e 28 de setembro.
Recursos – Ainda durante o encontro em
Boa Vista, Rossieli Soares autorizou o investimento de R$ 2,5 milhões para a
educação básica da capital de Roraima. Os recursos serão destinados à ampliação
de escolas municipais, possibilitando o atendimento a cerca de 700 estudantes,
do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental.
A ampliação é importante e se baseia,
especialmente, na chegada de 40 mil venezuelanos a Boa Vista, o que vem
impactando o município em vários aspectos. Segundo dados da prefeitura, os
imigrantes representam mais de 10% da população da cidade, quantitativo que
reflete, também, nas escolas da capital.
De 2015 a 2017, o número de crianças
venezuelanas matriculadas em escolas da rede municipal de ensino de Boa Vista
cresceu 1,064%. Além disso, só no ano passado, quase 300 famílias da Venezuela
receberam o auxílio do Bolsa Família na cidade – cifra equivalente a 1% dos 24
mil beneficiários do programa na capital de Roraima.
FNDE
em Ação
– Promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),
autarquia vinculada ao MEC, o FNDE em Ação tem o objetivo de capacitar gestores
educacionais e prestar atendimento individualizado para resolver pendências na
execução dos diversos programas da instituição.
“Estamos trazendo hoje o FNDE em Ação,
uma atividade do MEC e do FNDE, para auxiliar os municípios de Roraima a,
primeiro, arrumar a casa”, afirmou o ministro da Educação. “Muitas vezes, a
gente quer ajudar, tem como ajudar, mas o município está devendo informações,
tem problema de obras antigas que ainda não foram resolvidas. Para se ter uma
ideia, nós temos 15 municípios aqui em Roraima e 12 deles estão inadimplentes.
Se o MEC quiser auxiliá-los, não pode porque existem pendências antigas. Então,
o MEC e o FNDE, em vez de ficarem parados lá em Brasília, trazem esse suporte
para ajudar o município a acabar com essas pendências, para que a gente possa,
efetivamente, colocar novas obras, transporte escolar e outras tantas ajudas de
que a região Norte precisa”.
Presente ao evento, o senador Romero
Jucá (MDB/RR) destacou a importância da realização do FNDE em Ação no estado.
“Nós temos problemas operacionais aqui em Roraima e Boa Vista, e havia sempre
uma situação de pendência no PAR [Plano de Ações Articuladas], por conta de
gestões anteriores e obras paralisadas”, disse. “É muito importante tirarmos
todas as dúvidas, e hoje, aqui, construirmos uma solução para que o PAR possa
ser operacionalizado e recursos sejam liberados. É importante encontrar um
caminho para diminuir esses problemas operacionais e enfrentar a dificuldade
agregada ao problema da educação. ”
FONTE Portal MEC
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